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A FIA cometeu uma série de erros no Japão, confira quais foram

9 de outubro de 2022 no 07:41
Última atualização 9 de outubro de 2022 no 10:45
  • GPblog.com

A FIA cometeu um erro atrás do outro durante o Grande Prêmio do Japão e pode esperar outra rodada de críticas nas próximas semanas. Nós listamos as maiores falhas cometidas pelo corpo administrativo da Fórmula 1.

Trator na pista

O maior escândalo aconteceu no início da corrida. Carlos Sainz derrapou para fora da pista e por isso um carro de segurança e até mesmo a bandeira vermelha foi chamada pelo controle de prova. Uma decisão lógica, mas no frenesi as coisas correram horrivelmente mal. Um trator para retirar o carro de Sainz entrou na pista enquanto os pilotos ainda estavam passando atrás do carro de segurança. Como Gasly estava alcançando o grupo e ainda não tinha tido a chance de diminuir a velocidade para a bandeira vermelha, ele passou próximo ao trato em alta velocidade, dadas as condições.

Pierre Gasly estava furioso pelo rádio da equipe e também depois de sair de seu carro na bandeira vermelha. Isso o fez lembrar de seu falecido amigo, Jules Bianchi, que colidiu com um guindaste na mesma pista em 2014 e morreu um ano depois. Gasly recebeu apoio de muitos outros pilotos.

Lando Norris e Sergio Pérez, entre outros, expressaram sua insatisfação nas redes sociais durante a bandeira vermelha. De fato, não apenas Gasly, mas também Sebastian Vettel e Daniel Ricciardo tinham se deparado com o carro. Com a chuva, esta era uma situação particularmente perigosa. Ao invés da FIA assumir o erro, ela preferiu chamar Gasly para prestar contas e aplicou uma penalização severa ao piloto.

De fato, em uma declaração, a FIA parecia fixar mais o foco em Gasly, já que ele estava em alta velocidade. O próprio Gasly negou isso após a corrida, mas mesmo que o francês não estivesse acelerando, a FIA ainda estava indo contra suas próprias regras. Isto porque o trator não pode entrar na pista até que todos os carros estejam no pit lane ou em uma longa fila atrás do carro de segurança. Este não era o caso, os pilotos ainda estavam muito espalhados pela pista.

Não correr na chuva

Embora tenhamos eventualmente coberto metade da distância da corrida e até mesmo os pontos foram completamente distribuídos, você também pode se questionar sobre a decisão dos organizadores de esperar tanto tempo para continuar a corrida. Pilotos e equipes sugeriram irem para a pista muito mais cedo usando pneus de chuva que iriam aos poucos tirar o excesso de água da pista.

Isto não foi feito. A pista estava tão seca no fim que os pilotos não demoraram para trocar os pneus de chuva para os intermediários. Então, fica a pergunta, para que existe pneu de chuva? O argumento é sempre a falta de visibilidade devido ao spray que sai dos pneus, mas já sabemos há muito tempo que isso é um problema. Então, por que não trabalhar em um pneu onde isso acontece menos?

Problema na bandeirada final

Depois houve a bandeirada. A corrida foi realizada com a contagem de tempo e, assim como em Singapura, o vencedor dá mais uma volta a partir do momento em que o relógio chega a zero. No entanto, Verstappen já havia recebido a bandeirada, cruzando a linha com dois segundos restantes no relógio. O holandês, portanto, continuou acelerando fundo no primeiro setor. Entretanto, isso não era mais necessário.

Contagem de pontos

E depois houve a situação da pontuação. Como o Grande Prêmio da Bélgica de 2021 terminou em um fiasco depois que os pontos foram distribuídos para uma corrida que não aconteceu, a F1 e a FIA estabeleceram um cronograma para que ficasse claro para todos quantos porcento da corrida devem ser completados para que haja a distribuição total dos pontos.

Durante a corrida, então, era estranho ver que a própria transmissão da corrida estava considerando os pontos completos. Naquele momento, você acaba pensando que as estatísticas ainda não tinham sido atualizadas, mas logo depois que uma punição para Leclerc foi anunciada, de repente apareceu na tela que Verstappen era o campeão mundial. Ninguém entendeu. De fato, de acordo com as regras em vigor desde a Bélgica, Verstappen conseguiria 19 pontos, Pérez 14 e Leclerc 12, deixando Verstappen a um ponto de se tornar campeão mundial.

No entanto, parece haver um senão. A declaração da FIA deixa claro que esta distribuição de pontos só se aplica se uma corrida não for retomada. Esse não foi o caso no Japão. Embora a corrida não tenha sido completamente terminada, ela foi retomada e terminada em condições de corrida, então os pontos completos poderiam ser distribuídos. O que se sabe é que essa informação ficou muito confusa para todos que estavam envolvidos na corrida, até mesmo para os pilotos e equipes.

O Grande Prêmio do Japão novamente mostrou muitas fraquezas na maneira de fazer as coisas por parte da FIA. Correram o risco de acontecer algo muito mais sério ao deixarem um trator entrar na pista, foi passiva em situação de chuva e muitas regras são pouco claras para todos os envolvidos. Às vezes isso torna o esporte desnecessariamente difícil e mudanças precisarão ser feitas se você quer que os novos fãs continuem se interessando pela categoria.

Este artigo foi originalmente escrito por Tim Kraaij para a edição holandesa do GPblog.